Todos os anos, milhares de casais em Portugal enfrentam a mesma dúvida: vale mais a pena entregar o IRS em conjunto ou separado? Embora a resposta dependa de cada situação, há fatores-chave que ajudam a decidir com confiança. Assim sendo, se quer evitar surpresas desagradáveis e garantir o máximo de reembolso possível, este artigo é para si.
A seguir, vamos explicar tudo de forma simples, prática e com exemplos reais. E, claro, com muitas dicas para poupar.
O Que Significa Entregar o IRS em Conjunto ou Separado?
Em primeiro lugar, importa perceber o que está em causa. Quando falamos de IRS conjunto ou separado, estamos a referir-nos à forma como os casais (casados ou unidos de facto) escolhem declarar os seus rendimentos.
- Declaração conjunta: os rendimentos de ambos os elementos do casal são somados e sujeitos ao IRS como se fossem de uma única pessoa.
- Declaração separada: cada um declara os seus rendimentos individualmente, como se fossem solteiros.
Parece simples? É. No entanto, a escolha certa pode fazer a diferença de centenas de euros no seu bolso.
Quando Compensa Fazer IRS em Conjunto?
Em muitos casos, a declaração conjunta pode resultar numa taxa de imposto mais baixa. Isto acontece porque os rendimentos somados são divididos por dois, o que pode colocá-los num escalão inferior de IRS.
Assim sendo, vale a pena considerar esta opção quando:
- Um dos membros do casal ganha significativamente menos do que o outro;
- Um dos dois não teve rendimentos durante o ano;
- Existem filhos ou dependentes a cargo (o impacto nas deduções pode ser maior);
- Há despesas comuns que beneficiam ambos (saúde, educação, habitação).
Exemplo prático:
- João ganha 28.000€/ano.
- Ana ganha 8.000€/ano.
- Em separado, João paga mais IRS porque está num escalão superior.
- Em conjunto, a média dos rendimentos baixa a taxa de imposto, podendo gerar reembolso.
E Quando é Melhor Declarar Separadamente?
Apesar de a declaração conjunta muitas vezes ser mais vantajosa, nem sempre compensa. Existem situações em que declarar em separado é o caminho certo.
Veja alguns exemplos:
- Ambos têm rendimentos elevados e sem grandes diferenças entre si;
- Um dos dois tem muitas despesas dedutíveis (por exemplo, com saúde ou pensões);
- Um dos membros teve rendimento de categoria B (trabalhador independente) com regime simplificado e não quer penalizar o outro;
- Um dos dois tem dívidas fiscais ou outras situações jurídicas em que convém manter separação de responsabilidades.
Dica importante: sempre que tiver dúvidas, simule as duas opções no Portal das Finanças. Isso pode evitar erros e surpresas desagradáveis.
Como Fazer a Escolha no Portal das Finanças?
Felizmente, o processo é simples e reversível até ao prazo limite.
- Aceda ao Portal das Finanças;
- Inicie a entrega do IRS automático ou preencha manualmente;
- No início, escolha se quer entregar em conjunto ou separado;
- Simule ambas as opções;
- Submeta a que apresentar o resultado mais vantajoso.
Assim, garante que está a tirar o maior proveito da sua situação fiscal.
5 Dicas Práticas Para Maximizar o Reembolso
Mesmo antes de decidir entre IRS conjunto ou separado, há formas de otimizar o resultado final. Estas dicas aplicam-se a todos os casais e podem ter impacto real no valor a receber.
- Peça sempre fatura com número de contribuinte – saúde, educação, veterinário, ginásio e até cabeleireiro contam!
- Verifique as despesas no e-fatura – confirme se estão bem categorizadas antes de entregar a declaração.
- Inclua os filhos e dependentes corretamente – e saiba que filhos em guarda conjunta contam 50% para cada um.
- Considere os benefícios fiscais – como PPRs, donativos e rendas de estudantes deslocados.
- Simule com antecedência – não deixe para o último dia. Teste cenários e descubra qual a melhor estratégia.
IRS Conjunto e Separado em União de Facto
Sabia que casais em união de facto também podem optar por IRS conjunto?
Desde que:
- Vivam juntos há mais de 2 anos;
- Tenham a morada fiscal comum.
Neste caso, têm os mesmos direitos dos casados para efeitos de IRS. No entanto, devem ambos autorizar esta opção na declaração.
Portanto, mesmo sem casamento formal, podem beneficiar da declaração conjunta e reduzir a carga fiscal.
O Que Diz a Lei?
A lei portuguesa permite aos casais escolherem, todos os anos, entre entregar o IRS em conjunto ou em separado. Esta liberdade de escolha foi reforçada nos últimos anos para garantir maior justiça fiscal.
Desde que o prazo de entrega não tenha terminado, pode alterar a sua escolha. Portanto, vale sempre a pena simular e comparar.
IRS Conjunto ou Separado? A Resposta é… Depende!
Não há uma resposta única. Cada caso é um caso, e a melhor forma de decidir é simular ambas as opções e verificar qual dá o melhor resultado final.
No entanto, uma coisa é certa: quanto mais informado estiver, melhor será a sua decisão.
Lembre-se de que pequenas escolhas podem ter grande impacto nas suas finanças ao longo do tempo. Por isso, dedique alguns minutos a simular, comparar e refletir sobre a melhor opção.
Se este artigo foi útil, partilhe com quem também precisa de decidir entre IRS conjunto ou separado. Porque todos merecemos pagar menos e viver com mais tranquilidade financeira.
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